domingo, 11 de janeiro de 2009

Vale a pena ler

A BUSCA DA MELHOR PALAVRA
Em se tratando do mundo virtual, necessário se faz, a busca da palavra certa, para dar a exata noção da mensagem que se enviou. Não contamos com os recursos do ao vivo, não temos o gestual, o sorriso que ameniza a dureza de uma palavra. Aquela piscada de olho, que desmente a seriedade do que foi dito, pois afinal não era tão sério. Essa busca, por vezes exaure quem escreve, pois sempre fica a sensação de dúvida, será que meu destinatário vai sacar exatamente o que quis dizer?
Diferenças regionais devem ser levadas em conta, pois exemplificando, a palavra sacana aqui no Rio, difere de outros lugares. Lembro bem, que um amigo do interior dos confins, ficou ofendidíssimo com um sacana meu. Lá sacana só é usado para atividades sexuais. E quando se trata de sexos opostos? Preocupados ficamos, em demonstrar ao poeta homem, que o beijo enviado era um beijo amigo, beijo sem assédio. Ele idem... estou me lembrando de um poeta muito lindo, que sempre que o formatava, enviava um, obrigada, um recado... eu te adoro e no final... cordiais saudações. Necessitava demonstrar respeito. E se queremos ajudar alguém, avisando de um erro? Nossa.... mede-se 20 vezes a forma de dizer.
Inúmeras vezes, a franqueza, é vista como grosseria... (vista quer dizer lida). Mais vezes ainda, o elogio soa como puxa-saquismo. Ao vivo, permito-me ouvir Caetano 20 vezes, mas no virtual, não posso mandar sequer 4 vezes seguidas um poema, pois soa como algo estranho. Tipo... esse santo quer reza. Da mesma forma que aqui o eu te adoro sai rápido, a mágoa também surge com muita velocidade.
Ama-se e magoa-se em ritmo de fórmula 1. (via e-mail). Sentimentos contraditórios surgem a todo momento. E-mails não respondidos, levam a milhares de interpretações.
- Afinal, eu te enviei um elogio e você não disse nada...
- Afinal, eu demonstrei carinho e nunca soube se você recebeu...
- afinal...afinal!
O meu poema lindo não foi lido!(frustração). O site com poucas visitas! Puxa deu um trabalhão!Ainda existem os fantasmas... aqueles que somem sem avisar e aparecem da mesma forma. Que me deixam angustiada. Devem te deixar também. Não me refiro aqueles que agem de má fé no virtual... os fantasmas loucos que criam personagens, por não conseguirem suportar a si próprios. Que se auto-boicotam... esses, rapidamente percebemos, e não possuem valia. Ignoro-os.
Refiro-me a nós... pessoas comuns, vivas e ativas. Educadas, de bom senso, inteligentes e elegantes no escrever. Na maioria de boa índole, mas de particularidades próprias, individualidades por vezes discutíveis por outrém. Normais para nós mesmo, diferente para quem lê. Devem sentir o que sinto. Dúvidas e expectativas. Quais as palavras que vão realmente exprimir meus reais sentimentos? Agora, neste momento, questiono...
Como será interpretado o que acabei de escrever? :: Rosa Pena (2002) ::